Mulheres grávidas que têm câncer de mama recebem tratamento

por Oncocentro Curitiba

A Oncocentro Curitiba traz um assunto que chama atenção de muitos principalmente quando se fala em câncer e gravidez. Confira nesta matéria o que pode ser feito caso você, ou alguém conhecido esteja grávida e com câncer de mama.

O câncer de mama durante a gravidez ocorre em uma a cada 3.000 mulheres grávidas, de acordo com um estudo da Navarra University. Mesmo assim, é o tipo de câncer mais frequente em mulheres grávidas e também pode surgir após o parto, no ano em que a mulher deu à luz ou durante o período de lactação.

É um problema raro que, de acordo com o Grupo Espanhol de Pesquisa sobre o Câncer de Mama (Geicam), representa entre 6 e 15 por cento dos tumores de mama em mulheres com idades entre 24 a 44 anos. A idade média para o aparecimento do câncer de mama em mulheres grávidas é 36 anos.

Durante a gravidez, o seio sofre uma mudança fisiológica importante, devido ao aumento de tamanho e densidade. Embora isso possa dificultar a detecção de uma massa anormal de tamanho pequeno, a gravidez não é um fator de risco que favoreça o desenvolvimento de um tumor maligno.

Na verdade, a gravidez representa um fator de proteção contra o câncer de mama, especialmente quando ocorre em idades "tardias”.

Embora muitos dos sintomas ou anomalias de mama identificados em mulheres jovens sejam benignos, é importante não assumir que esses sintomas se devam à gravidez, especialmente se eles persistirem, ao contrário do que se acreditava até agora, a sobrevivência das mulheres diagnosticadas com câncer de mama durante a gravidez ocorre "praticamente” em todos os casos.

Apesar de sua baixa incidência, nos últimos anos tem sido observado um aumento no número de casos de câncer de mama gestacional, associado à primeira gravidez em idades tardias.

A maturação do tecido mamário termina com a primeira gravidez e lactação. No entanto, quando a primeira gravidez demora para acontecer e as células foram expostas a diferentes agentes cancerígenos por muito tempo (tabaco, álcool e outros químicos), é possível que a gravidez estimule um crescimento anormal das células já danificadas anteriormente.

De fato, o perfil da paciente é uma mulher que teve uma primeira gravidez depois dos 30 anos, na qual foi observado um tumor de crescimento rápido.

O tumor é detectado em um estágio mais avançado, às vezes com o envolvimento do linfonodo e com um tamanho maior do que o que ocorre em mulheres não-grávidas, o que aumenta os riscos.

Alguns estudos indicam que a taxa de sobrevivência é menor em mulheres grávidas, mas não por causa da gravidez, mais precisamente porque os tumores são diagnosticados em idade mais avançada e são mais agressivos.

Muitas mulheres grávidas que têm câncer de mama recebem tratamento, concebem bebês saudáveis e continuam vivendo a vida de forma saudável. Tudo depende da rapidez do diagnóstico e seu prognóstico.

Submeter-se ou não a um tratamento é uma decisão que deve ser tomada em conjunto pela paciente, pelo médico e pelos familiares. As pacientes têm a última palavra, mas devem ser aconselhadas por especialistas e apresentadas à todas as possibilidades.

Inicialmente, o câncer de mama por si só não causa nenhum mal ao bebê e não será "transmitido” para o feto. Mas alguns dos tratamentos podem afetar o bebê. Portanto, os especialistas dizem que é muito importante levar em conta o tempo de gestação, especialmente quando se está nas primeiras semanas de gravidez.

Na verdade, o primeiro trimestre é que apresenta um grande desafio para se estabelecer uma linha de tratamento. Entre os possíveis tratamentos, temos:

Cirurgia: apenas quando a doença está em sua fase inicial. Nesse caso, a mastectomia é o tratamento recomendado com mais frequência. A lumpectomia (cirurgia que preserva a mama) não é recomendada porque a terapia com radiação que se segue pode prejudicar o bebê. Após a gravidez, você pode optar pelo tratamento de quimioterapia ou radioterapia.

Radioterapia: os efeitos do tratamento dependem do tempo de gestação e da dose administrada. Durante o primeiro e segundo trimestre, o tratamento faz mal ao bebê. Portanto, ele não é indicado para quem ainda não deu à luz porque os tecidos fetais são altamente sensíveis à radiação.

Pode-se realizar ultrassonografias e ressonâncias magnéticas sem que isso represente qualquer risco ao bebê.

Uma radiografia de tórax protege adequadamente o saco gestacional. Mas o PET e o TAC não são recomendados por causa da grande quantidade de radiação envolvida, a menos que seja estritamente necessário.

Outra opção seria fazer uma lumpectomia no terceiro trimestre e esperar até depois do parto para fazer o tratamento com radioterapia.

Quimioterapia: descartada no primeiro trimestre. Esse tratamento pode ser utilizado com segurança no segundo e terceiro trimestres, mas o bebê corre um risco elevado de ter um baixo peso ao nascer, ou mesmo de nascer prematuramente.

Recomenda-se frequentemente que as mulheres no terceiro trimestre de gravidez esperem até depois de dar à luz para começar um tratamento de quimioterapia.

Os efeitos que esse tratamento pode ter são difíceis de determinar, uma vez que várias mudanças fisiológicas que podem influenciar o efeito das substâncias utilizadas são produzidas durante a gravidez. Além disso, cada remédio pode ter uma influência distinta sobre a gravidez.

Mesmo assim, vários estudos médicos afirmam que a aplicação de determinados produtos durante o segundo e o terceiro trimestres de gestação são bastante seguros nesse momento tão delicado. Por outro lado, os médicos recomendam a interrupção da quimioterapia três semanas antes da paciente dar à luz, bem como durante a amamentação, que é contraindicada nesses casos.

Terapia hormonal: a administração de estrogênio durante a gravidez não é indicada. Como nas outras opções, o apoio psicológico é fundamental para as futuras mamães que sofrem com o câncer de mama durante a gestação.

 

 

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